É incontornável. Este assunto tem sido debatido por tudo quanto é lado nos últimos tempos, e continuará a preencher a ordem do dia até às próximas eleições. Será Vieira capaz de cumprir mais um mandato maioritário como nos últimos 3? Ou estaremos perante um fim de um ciclo, marcado por algumas vitórias (em diversos níveis) que não eram vistas no mundo Benfiquista há bastantes anos?
O aumento das críticas nos últimos meses e as recentes manifestações por parte de alguns sócios e simpatizantes têm aumentado ainda mais o latim gasto nestas discussões, que passam de blog em blog, de café em café, no meio de reformados que jogam às cartas aproveitando um pouco do Sol primaveril ou até mesmo na sala de informática de uma qualquer Escola Superior de Tecnologia. É incontornável. Por entre críticas dos mais sentidos, vão chovendo pontos abonatórios a Vieira por parte de facções adeptas ao Presidente, não porque gostam do seu bigode ou das suas pompeantes orelhas, mas porque reconhecem obra feita na última década com alguns resultados satisfatórios, outros nem tanto.
Apoiados nas vergonhas das arbitragens, ainda ontem testemunhada no ponto de referência, quer queiramos quer não, para habitantes do norte mais recônditos, que escolhendo o Freixo para passar o Douro, não deixam de esboçar um sorriso quando avistam o estádio, seja ele jocoso ou de amor, onde se viu mais um erro clamoroso que poderia ter dado outro desfecho ao jogo. Mas isso não basta, e mesmo o Vieirista mais fiel sabe que não se pode amarrar à eterna desculpa das arbitragens pelo nosso insucesso desportivo, por mais que isso me custe escrever e a vocês ler.
Ainda no Freixo, eu acho muito bem que os portistas considerem o FCPorto uma "naçoum", porque de facto é o que eles são. Nós, por outro lado, somos um estado, um país dentro de outro país, com uma forma de viver muito própria que se reflecte na postura adoptada no dia-a-dia extra-futebol. Os Vieiristas são um partido, os não-vieiristas são contestantes, indignados com a actual situação do nosso país, Benfica, e que só agora despertam em massa para o que pode vir a ser conhecido como o Verão Árabe, não no sentido racial da coisa, mas na atitude de protesto perante um governo que vai para o seu 4º mandato, sem dar grandes hipóteses de alternativa a quem acha que o seu ciclo já terminou.
Voltando ao Porto, ao ver-mos aquele tarja de homenagem esvoaçando na claque tripeira, com os "30 anos" em background, vem-nos logo à cabeça os regimes militares que se foram levantando nos antigos protectorados europeus, onde Ghaddafi, Mubarak, Ben Ali, Al-Assar entre tantos outros conseguiram libertar o seu país do domínio Europeu, e com alguma vitórias importantes foram dando um novo rumo aos seus países, caindo na tentação de de lá não mais sair. Pinto da Costa é isso. Um déspota que vive nas últimas 3 décadas cada segundo da sua vida em função da sua Nação, utilizando todos os meios possíveis para corromper os meios legisladores em volta, oferecendo prestígio e dinheiro a quem deveria defender os melhores interesses da nação. O PintodaCostismo é uma ditadura, e só com a morte poderão recuperar a integridade de uma verdadeira nação, com dificuldades acrescida por cada ano de poder do anterior ditador.
O país Benfica, democrático por existência, não pode tolerar este caminho, e se para lá caminhámos, urge que novas soluções sejam apresentadas a curto prazo, mas sempre com a democracia em pleno, dando oportunidade ao nosso Presidente de se recandidatar, em eleições limpas, e os cidadãos Benfiquistas votarem no pleno das capacidades que o nosso país tem para oferecer. Que soluções apresento? Algumas. Rui Costa, se quer ter alguma hipótese de ser presidente do nosso país, sem contestação, só tem uma hipótese; abandonar Vieira imediatamente. Outras presidências virão de nomes menos emblemáticos, mas na minha opinião pessoal, como cidadão preocupado, desejo Rui Costa no comando.
Urge também recuperar grandes nomes do nosso país, com anos de militância e que entrem em plena consciência que vão servir o povo, e não servir-se dele. Preud'Homme tem essas características e poderia muito bem ocupar um lugar directivo com grande destaque. Como treinador não sei, não lhe conheço as manhas, apesar da boa crítica que se vai lendo mas que a mim pouco me diz, pois só vendo alguns jogos seguidos de uma equipa é que posso ter uma opinião mais ou menos formada sobre a capacidade de um treinador ser responsável pelo meu país.
Luisão deve manter-se no clube e, se ele quiser, passar para a equipa técnica. Não pela pessoa que é ou pela inteligência que tem(?) mas porque entende como ninguém a realidade do nosso país. Também Maxi Pereira e Nuno Gomes preenchem esses requisitos. Cardozo pode ficar, mas só lhe encontro um lugar adequado, e sendo esse o de vestir o traje da águia e animar os jogos no intervalo. Porque para além disso, só lhe vejo um futuro como Jardel, a terminar a carreira aos 40 e nunca mais fazer nada na vida.
Aimar. Aimar é essencial para a nossa futura estrutura. Seja na equipa técnica ou na administrativa, Pablo César é um emigrante de luxo no nosso país, com capacidades únicas e raras no meio político de Benfica. Não me ocorrem, de momento, nomes que tenham passado pelo Benfica que tão bem possam desempenhar papéis influentes no cumprimento das regras pelas quais o nosso país se rege. Deixar Pablo fugir serão mais 10 anos de atraso pela recuperação desportiva do nosso Estado.
Em suma. O nosso país está divido, e isso não foi normal nos últimos 10 anos, mas isso também caracteriza a nossa superioridade democrática em relação a nuestros hermanos lá de cima, que vivem na autocracia de um regime saturado que se alimenta das nossas fraquezas para que nunca recuperemos o controlo das fronteiras. Eleições em Julho/Agosto pedem-se, e uma nova lufada de ar fresco directivo, mesmo que seja Vieira. Acabem-se os treinadores Sportinguistas (Desculpa Jesus, sabes que te amo), acabem-se os Vices paineleiros afectos ao Braga. Acabem-se os directores de comunicação que nada mais são que pilantras. Acabem-se os presidentes Portistas. Não sou de nenhuma claque, mas também grito.
BENFICA É NOSSO!
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