Dose de cavalo

Acabou-se a poção mágica.

Alvalade parecia a aldeia inexpugnável dos gauleses Astérix e Obélix, inúmeras vezes atacada por romanos mas sempre invicta. Por seu turno, Alvalade foi, esta época, invadida por italianos, ingleses, ucranianos, bascos e sempre saiu invencível nas batalhas europeias.

 A poção mágica do druida Sá Pinto fez milagres nos pobres jogadores “abandonados” por Domingos Paciência. Quatro batalhas em Alvalade, quatro vitórias (a juntar às outras quatro de Domingos). Nas batalhas fora de Alvalade, embora com algumas derrotas, as guerras foram vitoriosas. Sempre com brio, com “raça”, com a poção mágica do druida Sá Pinto a surtir efeitos milagrosos. 

A imagem de Pereirinha, no final do jogo em Manchester, com o braço ao peito, é exemplo perfeito disso mesmo, da fé incutida nos jogadores e que lhes fazia crer que era possível combater todas e quaisquer adversidades.

Só que o Druida Sá Pinto, na batalha mais importante da época, não percebeu que a dose do ingrediente principal, a “raça”, não era a suficiente para levar a cabo a empresa de San Mamés.  Era necessário uma dose muito maior. Dose de cavalo, diria mesmo.

Sá Pinto acreditava que a mesma receita aplicada em Bilbao surtiria os mesmos efeitos da que foi aplicada em Manchester e Kharkiv. Mas a dose extra de “raça” que era necessária para enfrentar os leões de Bilbao ficou em Alvalade, esquecida. Ninguém a trouxe para Bilbao. Bem procuraram no intervalo mas não havia.

Creio que, pura e simplesmente, os organismos dos jogadores atingiram  o limite. Da mesma forma que, ao tomarmos antibióticos em demasia, os mesmos deixam de fazer efeito, o mesmo acredito que se tenha passado com a poção cozinhada hoje por Sá Pinto.

A poção que beberam antes do jogo, afinal, trava-se apenas de puro placebo. E que, logicamente, não funcionou.

Patrício voltou a ser o Patrício que, embora sem culpa directa nos golos, deixou sempre a sensação de que poderia ter feito mais, Pereirinha tornou a ser o jogador inconsequente das melhores épocas de Paulo Bento e Polga… Bem, Polga, voltou a ser o Polga que todos nós conhecíamos, antes do druida Sá Pinto ter tomado conta da aldeia de Alvalade. A poção mágica já não fazia efeito. Apenas André Martins, quiçá por ter começado a tomar a poção mais tarde que os seus companheiros, aparentava ter alguma energia nos movimentos. 

Resta esperar que esta derrota não traga muitos efeitos negativos e que se descubra, rapidamente, outro(s) ingrediente(s) para juntar à receita da poção mágica do druida Sá Pinto. E que se descubra antes da final do Jamor, em Maio.

P.S. O Athletic foi um justo vencedor. Se se não tratasse do Sporting que estava a jogar contra, estaria a torcer por eles. Desejaram mais chegar à final.

P.P.S. Oh Vitto, só volto aqui prá semana. Vou desligar a net, tv e não lerei jornais nos próximos dias. :P

P.P.P.S. Os meus paint skillz são assustadores!

SL