Acelino Popó deixou os ringues em abril de 2007, mas decidiu calçar as luvas para realizar o sonho do filho, que pediu para ver o pai em ação pelo menos uma vez. O adversário será o compatriota Michael Oliveira, no dia 2 de junho, em um cassino de Punta del Este, no Uruguai.
“A minha ansiedade de subir é saber que vai ter muita gente feliz por eu estar de volta”, conta Popó, em entrevista à TATAME. “A minha vontade é a vitória, até porque não posso decepcionar nem o meu filho nem a nação brasileira, que está esperando essa vitória. Esse moleque criou antipatia com tanta gente... Esse moleque ousado, querendo se promover, lançou o desafio para mim. Eu aceitei o desafio e comecei a treinar”.
Para voltar ao batente, o ex-campeão mundial convocou o preparador físico Rafael Alejarra e o treinador Ulysses Pereira, que estão afiando o pugilista em todas as áreas para o rival, que tem 17 vitórias em 17 combates de Boxe, com 12 nocautes.
“A preparação do Popó está de vento em popa. Mesmo estando parado esse tempo todo, ele sempre foi atleta e é muito dedicado, então pega muito rápido. Eu vim do MMA, é a primeira vez que eu trabalho com um pugilista profissional. A rapidez que ele bate na manopla é impressionante. Quem vê o Popó não acha que ele ficou parado todo esse tempo. Não tem diferença nenhuma do que um cara de 29”, elogia Alejarra, emocionado. “Me lembro de ver o Popó junto com a minha avó e agora estou fazendo parte da preparação dele”.
Confira abaixo a entrevista exclusiva com o pugilista:
Como está sendo essa volta aos treinos?
Sempre fui muito tranquilo em termos de preparação. Eu sou o tipo do cara que tem perfil de liderança, mas também tenho perfil de ser liderado, então respeito o treinamento do Alejarra, respeito o treinamento do Ulysses. Sei dos meus limites, sei da minha fragilidade de cinco anos parado para voltar. Eles estão reconhecendo isso. É legal essa comunicação entre eu, o Alejarra e o Ulysses. Estou treinando muito mais forte até do que eu treinava para o título mundial. Tenho essa parte do treinamento como funcional, coisa que os próprios lutadores de MMA fazem, e eu passei a fazer agora. Nunca fiz musculação, nunca peguei peso. Está sendo uma experiência boa para mim, o Alejarra está acrescentando muito.
Está ansioso para subir no ringue de novo?
A minha ansiedade de subir é saber que vai ter muita gente feliz por eu estar de volta. O meu filho de seis anos foi o causador disso tudo, ele que pediu que eu fizesse uma luta para ele, de despedida. O Boxe me deu tudo. Sou uma pessoa bem sucedida, uma pessoa rica. Vivo bem com o que o Boxe me deu. Tudo que o Boxe me deu, eu investi. Investi nos meus imóveis, hoje tenho meus alugueis e vivo tranquilo, muito bem. Além de sustentar toda a minha família, dá para me sustentar e fazer o que eu quiser. A minha volta não é porque acabou tudo. Eu quero fazer essa volta para dar alegria ao país. A gente está vendo o MMA crescendo de uma forma tão grande e o Boxe ficando um pouco pra trás. A minha ideia é dar uma aquecida no Boxe.
Você vai voltar contra um cara invicto, com 17 lutas e 12 nocautes. Como analisa o seu adversário?
Você olhou o cartel dele direitinho? Viu com quem ele lutou? Pelo menos os três caras que eu o vi lutando, quando ele lutou no Ibirapuera, que eu fui em São Paulo, não eram muito duros.
Acha que ele enfrentou adversários fáceis?
Com certeza, até porque ele não tem pegada nenhuma. Não estou muito preocupado com ele, estou preocupado com o meu treinamento. Se eu treinar certinho, fizer tudo que estou fazendo, pode vir qualquer um que vou estar pronto pra lutar. A minha vontade é a vitória, até porque não posso decepcionar nem o meu filho nem a nação brasileira, que está esperando essa vitória. Esse moleque criou antipatia com tanta gente... Todo mundo no meu Twitter, no meu Facebook e na rua só mandam meter o pau naquele moleque. Ele já está com a imagem suja aqui. Se ele está pensando em criar um marketing em cima de uma luta dessa, ele está ferrado.
Como surgiu a luta? Você quis enfrentá-lo pelo fato de ele “falar demais”?
Não. Eu já estava marcado para enfrentar um argentino, uma luta legal, que ia ser na Bahia. Aí esse moleque ousado, querendo se promover, lançou o desafio para mim. Eu aceitei o desafio e comecei a treinar.
Ele faz as lutas por volta dos 73kg, e você estava acostumado a lutar em categorias bem mais leves. Em qual categoria essa luta vai acontecer?
É, 69,7kg é o limite da categoria super meio médios. Eu lutava com 59kg. Eu pesava 59kg e, no outro dia (da luta), já estava com 77kg. Eu subia de peso muito rápido. Eu já venho fazendo isso há quatro, cinco meses. Estou baixando gradativamente.
Você vai completar 37 anos em 2012, ele tem 21. Essa idade pesa a favor ou contra?
Se idade pesasse, o Anderson Silva perdia pra todo mundo porque ele tem a mesma idade que eu.
Quando você começou a lutar, o seu adversário tinha apenas cinco anos de idade...
Pra você ter ideia, fui campeão mundial com 23 anos. Sei que não tenho a mesma agilidade, a mesma velocidade, aquela coisa toda, mas tenho mais experiência. Antigamente eu deva dez golpes para derrubar. Hoje não preciso dar dez, preciso dar um.
Você fez uma campanha pedindo para o Galvão Bueno narrar essa luta. Vai ser possível?
Olha, não tenho ideia. Seria um sonho fazer uma despedida com a narração do Galvão. Não seria necessário Globo, mas uma tevê aberta, para que o público classe B e C pudesse acompanhar também.
Quer deixar o seu recado?
Gostaria de convidar as pessoas que gostam de lutas para conhecer minha academia aqui em Brasília. Tem Boxe, Muay Thai, MMA, Jiu-Jitsu, Judô, ginástica funcional. Temos um patrocínio da Pretorian. Mas o carro chefe nosso é o Boxe e MMA. As aulas de MMA, quem comanda é o Carlo Prater, que lutou com o Erick Silva no último UFC (Rio). A academia está muito boa.
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